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sábado, 29 de julho de 2017

Armagedon!



Está ficando sério. Melhor Coréia testa míssil capaz de atingir até Chicago
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Postado Por Carlos Cardoso em 28 07 2017 em Defesa, Engenharia, Espaço
retirado do Meio Bit



Às 23:11 de hoje, horário local da Melhor Coréia, um míssil Hwasong-14 decolou de uma área de lançamento ao norte do pais, bem próxima da fronteira com a Rússia. Ele seguiu uma trajetória em ângulo elevado, como é comum nesses testes. A idéia é não sobrevoar o Japão, nem cair por lá. Também é bom não criar um perfil de vôo que pareça algo apontado para os EUA.

Foram 47 minutos de vôo, ao final dos quais o foguete atingiu uma altitude de 3.700 km e viajou 1.000 km de seu ponto de lançamento, caindo próximo mas não muito do japão.


Parece ciência de foguetes, mas a física envolvida aqui é bem simples: um míssil balístico é essencialmente uma pedra atirada para cima (estou simplificando, Chatos dos Comentários). Assim que o motor é desligado ele está em uma parábola que depende essencialmente da força da gravidade. Dependendo do ângulo e da força inicial você chega mais longe ou mais perto. Extrapolar com base nos dados conhecidos pode nos dar a distância máxima que esse míssil conseguiria atingir, e os números não são nada animadores.

O consenso é que o alcance real do míssil é de 10.400km, algumas projeções vão até além disso. 10.400km é suficiente para atingir grande parte do território continental dos EUA.


Nova York fica a 10.480 km da Melhor Coréia. Se fecharem os quebra-ventos, diminuírem o ar-condicionado e calibrarem os pneus dos mísseis, conseguem esses 80 km extras de autonomia.

Los Angeles, Seatle, São Francisco, Denver, Chicago, Dallas, todas essas cidades estão ao alcance do Grande Líder.

Ainda há várias outras tecnologias a dominar, como guiagem terminal e contra-medidas, e a miniaturização das ogivas, mas sejamos realistas: ele não precisa.

Sim, a tecnologia da Melhor Coréia é primitiva. Sua maior explosão nuclear foi uma bomba de fissão de 25 quilotons. Vamos simular com o Nukemap uma bomba dessas caindo, digamos, em Brasília:


Destruirá alguns bairros, um monte de gente vai morrer mas está longe de ser uma destruidora de cidades como as bombas de 10 megatons, que nem mais são usadas, hoje em dia a média é entre 1 e 2.

A Bazuca Nuclear Davi Crockett disparava uma bomba atômica miniatura, e foi projetada no final dos anos 50. Por quanto tempo vamos achar que a Melhor Coréia não consegue replicar tecnologia de quase 70 anos atrás? Eles não são a Agência Espacial Brasileira.


Outro argumento é que eles não conseguiram ainda precisão na guiagem terminal. Ok, digamos que eles tenham a mesma precisão do R-7 Semyorka, o primeiro míssil balístico intercontinental, criado pelos soviéticos com alcance de 12 mil km.


Ele voou com sucesso pela primeira vez em 1957, o projeto é de 1953, o componente mais avançado do R-7 é provavelmente um graveto. Mesmo assim ele conseguia uma precisão entre 2 e 5 km, após voar 12.000 km. Com armas termonucleares não fazia muita diferença, uma bomba de 20 megatons tanto faz se explode em cima ou a 5 km de você. Seu fim de semana já era.

Hoje o Grande Líder não precisa se preocupar com precisão por outro motivo: as cidades cresceram muito. Se você virar em um ponto no centro de uma cidade grande, 5 km que erre em qualquer direção você vai acertar uma região densamente povoada e matar uma pá de gente.

Agora o Pior: não há nenhuma defesa real contra ICBMs, e a única solução, a militar, é inviável pois significará a destruição de boa parte de Seul.

O Grande Líder está apontando uma arma para a cabeça do mundo e ninguém sabe o que ele quer, na verdade nem mesmo ele. Ou melhor: eles querem ser reconhecidos como uma potência nuclear, mas isso não vai acontecer. Eles são um cachorrinho retardado, o mais fofo da ninhada mas que nunca se tornará um caçador.

BÔNUS: várias câmeras de segurança no Japão captaram o que pode ser o míssil da Melhor Coréia em sua descida final. Clique aqui para assistir.

Em resposta a Coréia do Sul convocou reunião do Conselho de Segurança da ONU, onde redigirão uma carta muito ríspida a ser entregue em Pyongyang. EUA e Seul também anunciaram um exercício conjunto anti-mísseis. Você sabe, usando aquele sistema THAAD que com muita boa vontade consegue algum sucesso, contra alvos cooperativos e pré-agendados.

Para dar uma idéia da seriedade da situação: nem Trump foi pro Twitter falar besteira sobre a Melhor Coréia. Ainda.

Qual a solução? Ninguém sabe. Mesmo não fazer nada não está dando certo. Os especialistas , que costumam sugerir várias opções estão todos batendo cabeça na mesa.




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